HISTÓRIA

                De campo de pouso a Aeroporto Velho               

O processo de ocupação das terras que hoje compõem o bairro Aeroporto Velho é resultante da dinâmica de expansão da fronteira acreana com seus feitos sobre a estrutura fundiária. A partir da segunda metade do século XX, o crescimento urbano da cidade de Rio Branco , aliado a falência dos seringais  acreanos, que foram transformados em grandes fazendas pecuaristas das décadas de 1960 e 1970, contribuíram para a intensificação do movimento das populações para  a periferia da cidade.  Os seringueiros expulsos de suas terras  foram obrigados a se dirigirem para outros lugares,  sendo gradativamente levados á zona urbana, principalmente da cidade de Rio Branco, ocasionando o surgimento de vários “apossamentos” , “invasões” e “ocupações”, que,  depois, constituiriam a maior parte dos bairros da capital. 

Uma das áreas a receber os primeiros moradores nesse período foi a Rua do Terminal, assim chamada  devido ao terminal de combustíveis da Petrobrás  na área próxima a IBRAL.  Os moradores foram se instalando no local, que fica à margem do rio, nas terras do Colégio Aprendizado, se ajuntando nesta rua e nas ruelas concorrentes.

O nome “Aeroporto Velho” foi dado em virtude de o bairro ter sido formado nos arredores do antigo Aeroporto de Rio Branco, chamado à época de Francisco Salgado Filho, posteriormente denominado de Santos Dumont. De acordo com dados obtidos na Escola Flaviano Flávio Baptista, em 1939, foi inaugurada a primeira pista de pouso e decolagem para  aviões de pequeno porte  de Rio Branco.  

Matéria De Wilkes Silva 2D




AIRTON SENA
Ayrton! Ayrton! Ayrton Senna do Brasil!

Era assim que Galvão Bueno sempre encerrava os grandes prêmios de Fórmula 1 quando o notável brasileiro, maior campeão nacional da categoria, cruzava a linha de chegada. Era uma emoção. Milhões de brasileiros na frente da televisão, torciam ao ver a bandeirada marcando mais uma vitória do “herói nacional”,


Ayrton Senna. Como esses brasileiros, os moradores de uma localidade que se fazia expansão do bairro Sobral também torciam pelo piloto.

O domingo de 1º de maio de 1994 era para ser mais um feriado do Dia do Trabalhador. Muitas pessoas se acomodavam em frente à televisão, enquanto esperavam o início do Grande Prêmio de Fórmula 1, em Ímola. Milhões de brasileiros torciam por mais uma vitória de Ayrton Senna, que tinha acabado de trocar a McLaren, onde ganhou seus títulos na F-1, pela Williams, a então potência da categoria.

Mas o sonho da vitória foi despedaçado na curvaTamburello. Os brasileiros que acompanhavam atônitos pela televisão não acreditavam no que estava diante de seus olhos. Uma batida a mais de 300 Km/h tirou a vida do tricampeão mundial. A morte de Senna chocou o país.

Assim como a morte do campeão Ayrton Senna consternou também vários brasileiros, marcou de forma definitiva os moradores da expansão do Sobral que, aos poucos começavam a erguer seus casebres, em busca de, um dia, também, serem campeões, de conseguirem uma vitória bem simples: realizar o sonho da casa própria e de proporcionar uma moradia digna para os filhos.


Entre sonhos, tristezas e lutas, os moradores dessa área, na época, recém ocupada, resolveram homenagear Ayrton Senna, por considerá-lo um ícone de vitória, liderança e conquista, dando ao bairro seu nome.

Ayrton Senna, um bairro de vivências e andanças fluidas,cujos sujeitos marcados pelo ir e vir anseiam por melhores condições de vida e buscam um lugar do qual possam dizer legitimamente seu. Suas vivências e andanças são tão fluidas quanto o ciclo de águas que atinge a localidade, quando a água  sobe, os moradores saem da localidade, quando as águas baixam,eles retornam a suas casas. Na fluidez das águas do rio Acre se constituem, ainda que parcialmente, as trajetórias de vida desses moradores.
A maioria dos moradores do bairro nasceu no município de Tarauacá, outra parte expressiva nasceu nos municípios de Rio Branco e Brasiléia. A migração de pessoas dos municípios para a Capital não se restringiu às décadas de 1970 e 1980, quando da chegada dos pecuaristas do Centro-Sul do Brasil, o que ocasionou a substituição da economia da borracha pela atividade agropecuária.Vários fatores contribuem para a continuidade do processo de migração dessas populações interioranas para Rio Branco, dentre eles podemos citar a busca de emprego, a perspectiva de estudo para os filhos, visando a qualificação profissional, bem como tratamento de saúde.

BAHIA VELHA E BAHIA PALHERAL
De acordo com alguns moradores, o bairro Bahia Velha situado no Terceiro Eixo Ocupacional de Rio Branco, destinava-se à extração de seringa e criação bovina, sendo chamado de Seringal Progresso. Enquanto tratava-se de uma área particular, a localidade não acomodava "inquilinos", a não ser os trabalhadores necessários para os afazeres necessários ao funcionamento do seringal. 


Os primeiros ocupantes do local que se tornaria o bairro Bahia Velha chegaram por volta de 1957, sendo um número bem reduzido de pessoas. Cerca de oito famílias, começaram a modificar o ambiente ocupacional e geográfico da região, uma vez que vinham dos mais diversos locais e pelos motivos mais variados. 
As primeiras famílias que passaram a viver no local eram, em sua maioria, vindas de outros municípios acreanos, tais como: Sena Madureira, Xapuri e Tarauacá, além de algumas fazendas mais próximas de Rio Branco. Estas pessoas que aqui chegaram iniciando o processo de povoamento local, o fizeram em grande parte, pela falta de oportunidades de voltar para suas cidades. 

Ao virem para Rio Branco, vendiam o pouco que tinham para vir  tentar uma nova vida, por isso, a falta de um trabalho que lhes permitisse unia fonte de renda estável para que pudessem      voltar para o município de origem foi um dos fatores que contribuíram para que os moradores fossem ficando no local. Diante da impossibilidade de retornar, levando algum dinheiro que auxiliasse na manutenção da sua família ou na compra de algum imóvel, por mais simples que fosse, além da falta de emprego e de moradia, é que decidiram se "aventurar" em uma nova situação que lhes rendia mais esperança. 


Alguns desses moradores decidiram mudar de sua antiga moradia por vontade própria. A insatisfação com o local ou o desejo demorarem outro lugar que fosse seu os levou a procurar um novo ambiente para viver. Contudo, muitos dos que chegaram ao bairro traziam consigo histórias tristes, de circunstâncias que os forçavam à mudança, algumas dessas histórias estão ligadas à expulsão dos antigos seringais onde moravam ou da invasão de grileiros nas terras que habitavam. 


Entretanto a expansão da população formadora do então bairro Bahia velha, iniciaria sua jornada de maneira mais ativa entre os anos de 1971 a 1983. Muitos mudaram-se para o bairro pelos mais diversos motivos, que iam desde acompanhar suas famílias para, dar a chance de estudo aos filhos, até a busca por melhores condições de vida. 


Origem do nome do Bairro Bahia

Segundo pesquisadores, o bairro Bahia recebeu este nome em homenagem ao Senhor Baiano, conhecido como Bahia. Ele viveu no no local quando ainda era segingal. Viveu ali por muitos anos e era muito querido e procurado por vizinhos. Foi curandeiro dos bons, para todo tipo de mazela. Depois de sua morte, seus amigos e vizinhos resolveram homenageá-lo colocando seu nome na colocação, hoje bairro Bahia.

BOA VISTA

O bairro Boa Vista é mencionado como um dos menores do município, sua extensão é de 175.220 m² e situa-se próximo aos bairros Sobral, Plácido de Castro e Invasão da Sanacre. A origem do nome Boa Vista, de acordo com alguns moradores, está ligada ao fato do mesmo estar localizado na parte mais alta da Baixada do Sol. 


Conforme descrito na obra Estudo do Território do Acre 2004, a Fazenda Sobral foi adquirida em 1943 pelo Governo Territorial, que tinha como objetivo aproveitar a mão-de-obra dos seringueiros, em sua maioria, vindos dos seringais para a cidade de Rio Branco, em virtude da falência da atividade da extração do látex da borracha. Esta fase é representada também, pelo plano de colonização que se inicia nos municípios do Território do Acre. O lema era aumentar a produção agrícola viabilizando o seu funcionamento. 


Esse plano teve sua efetiva implementação somente em1947, época em que essas terras foram compradas pelo Governo Estadual e divididas em lotes.


Com o passar dos tempos, essas áreas destinadas à agricultura e pecuária, principalmente em Rio Branco, foram transformadas em novos bairros que, a partir da década de 1970,tenderiam a crescer com a vinda de ex-seringueiros em busca de melhores condições de vida na cidade.


O bairro Boa Vista surgiu nesse contexto. Conforme depoimento de nossa entrevistada e matéria jornalística noticiada pelo jornal O Rio Branco, de 1990, sua ocupação com ares “urbanos” iniciou-se em 1984, com o auxilio do Governo Estadual.


De acordo com o levantamento bibliográfico e depoimentos, a atual área do bairro Boa Vista esteve interligada por duas colônias agrícolas: a Fazenda Sobral e Colônia Cunha Vasconcelos, que se separavam pela atual localização da rua Carlos Lopes, estando à esquerda da Estrada da Sobral até a Rua da Torre em direção ao bairro – (Fazenda Sobral); da Rua Carlos Lopes no sentido Centro da cidade até as proximidades da Escola João Paulo– (Colônia Cunha Vasconcelos). Ambas as colônias agrícola estiveram formas diferenciadas de ocupação.


O bairro iniciou-se com apenas três ruas, rua do Operário, rua Nabor Júnior e Coronel Gualter. Hoje, é constituído por cerca de 16 ruas, algumas delas destacam-se pelo fato da relação entre seus nomes e antigas famílias proprietárias; são exemplos, a rua Lúcia Assem, nome da primeira proprietária de terras da Colônia Cunha Vasconcelos, a rua Carlos Alberto Lopes, João Amâncio e Travessa Dorela Vasques, todos familiares do segundo proprietário.


Outras ruas têm origem em nomes de personalidades políticas ou de outro fato acontecido na comunidade, caso, da rua Nabor Júnior (Governador da época), rua Coronel Gualter, homenageado por ter contribuído na desapropriação e ocupação da antiga área pertencente à Fazenda Sobral, e ainda a Rua da Torre, homenagem a primeira estrutura montada responsável pela transmissão dos programas da Rádio Difusora Acreana.


BAIRRO DA GLÓRIA

Glória: sinônimo de conquista da terra


Localizado entre o bairro da Pista, Bahia Velha e Nova e Boa União, o Bairro da Glória é constituído de uma área territorial de aproximadamente 215, 975 m², desmembrada do Bairro da Pista e do Bairro Bahia, tendo o pico da sua ocupação entre os anos de 1971 e 1982, sendo o fluxo de maior intensidade os anos 1976 e 1979. Antes da ocupação da área que o constituiu, bem como os demais bairros que formam o Terceiro Eixo ocupacional da cidade de Rio Branco, o espaço era constituído de seringais, fazendas, colônias, e por último, área destinada ao ao Aeroporto Salgado Filho, que funcionou até meados de 1974.

Segundo matéria do jornal O Rio Branco produzida em abril de 1996, o bairro originou-se de uma “invasão”. Inicialmente não teve nenhuma denominação, só surgindo como “Bairro da Glória” quando o então prefeito Adalberto Aragão resolveu desapropriar a área em benefício dos “invasores”, processo que havia começado na gestão do governador Nabor Teles da Rocha Junior, em meados de 1983. Os moradores acabaram por ver essa ação como uma conquista,  traduziram todo o processo de luta pela terra, e a conseqüente conquista da terra como uma glória alcançada, originando-se assim, o nome do bairro.

O bairro acabou por se tornar o lugar de refúgio e descanso para aqueles que há muito tempo se movimentavam em busca de um lugar para morar com a família. A maioria dos seus habitantes é proveniente dos municípios de Tarauacá, Sena Madureira e Feijó.

No inicio de sua ocupação o a área do bairro era muito alagadiça, sendo que em determinados trechos, o acesso à rua 15 no Bairro da Pista e ao Bairro Bahia eram feitos através de trapiches de madeira. 

JOÃO EDUARDO I E II

Os bairros João Eduardo I e II localizam-se entre os bairros: Floresta Sul, Novo Horizonte, Conjunto Castelo Branco, Palheiral, Pista e Bahia Velha. Seu nome é uma homenagem ao líder comunitário João Eduardo do Nascimento, que foi assasinado no dia 18 de fevereiro de 1981, num conflito durante o processo de demarcação e distribuição de lotes de terras.


A formação do bairro João Eduardo I se deu, aproximadamente, entre os anos de 1971 e 1982, sendo que já existiam fazendas e colônias habitadas naquele local, contudo, pode-se afirmar que o grande fluxo ocupacional deste bairro se deu entre 1974 e 1979.


Nessa área, o morador do bairro Bahia, que era monitor da Igreja Católica e também fazia parte dos Direitos Humanos da Diocese, João Eduardo do Nascimento, foi escolhido pelo governador Joaquim Falcão Macedo, através do secretário de Comunicação Elias Mansour, como presidente da comissão demarcadora de lotes. Essa comissão tinha a finalidade de organizar a distribuição dos terrenos. O traçado das ruas foi pensado de forma que a largura de cada quadra fosse de 50 metros, dois terrenos de 25 metros, um de fundo para o outro, tudo devidamente planejado. Dando a cada família o direito de ter apenas um lote medindo 10x25m. A faixa que se inicia a partir da Rua Campo Grande, do lado direito, corresponde ao bairro João Eduardo II, que sofreu uni grande fluxo ocupacional no período de 1979 a 1982.


Essa comissão tinha a finalidade de organizar a distribuição dos terrenos. O traçado das ruas foi pensado de forma que a largura de cada quadra fosse de 50 metros, dois terrenos de 25 metros, um de fundo para o outro, tudo devidamente planejado. Dando a cada família o direito de ter apenas um lote medindo 10x25m. A faixa que se inicia a partir da Rua Campo Grande, do lado direito, corresponde ao bairro João Eduardo II, que sofreu um grande fluxo ocupacional no período de 1979 a 1982.


Com uma extensão aproximada de 372.780m2, o bairro originou-se de unia ocupação nas terras do governo que se destinavam à construção de um estádio de futebol. Segundo o senhor J.A.M: "[o bairro] João Eduardo II era do governo, ele comprou justamente pra fazer um estádio de jogar bola. Essa Campo Grande já era a estrada que ia pro estádio, né, então aí a estrada parou e o estádio não saiu, né". 


Até o ano de 1980, a área que ligava o bairro Bahia à Rua Rio Grande do Sul, no bairro Aeroporto Velho, era formada por um grande matagal, cortado apenas por uma estrada, a atual Rua São Salvador. E por se tratar de um local de difícil acesso, os moradores tinham que atravessar toda aquela extensão antes de pegar o ônibus para se deslocarem à escola e ao trabalho. Além disso, ainda enfrentavam outro grande problema, eram constantemente importunadas por pessoas de má índole que se aproveitavam da situação para causar desordem. Como haviam ocorrido alguns crimes no local, dentre eles, o assassinato de uma moradora do bairro Bahia, chamada Hosana Cordeiro, essas ocorrências causavam medo e revolta nos moradores, que decidiram desmatar a área. Sendo justamente nesse mutirão que surgiu a idéia de se construir casas para as famílias "sem teto". 


A partir desse momento, houve no local uma enorme procura de terras para habitar por pessoas de todas as partes, vindas da zona rural e também pessoas que moravam de aluguel, oriundas de outros bairros. Imediatamente limpavam o terreno e construíam seus barracos. Em cinco meses, aproximadamente, estava ocupada unia área de 2.000 lotes de terra.



Com o desenvolvimento do trabalho de demarcação dos lotes e a tentativa de acabar com a "especulação urbana", cada família deveria adquirir apenas um terreno, o que seria suficiente para atender a toda a família. Começou a haver alguns desentendimentos entre a comissão e alguns moradores do bairro Bahia Nova. E mesmo sob ameaças, a comissão realizou essa atividade, até que no dia 18 de fevereiro de 1981, João Eduardo foi assassinado com um tiro de espingarda calibre 20, atingindo seu peito. 

 O lavrador Francisco Nogueira Leite, conhecido por "Ventinha", assassinou o líder comunitário João Eduardo. Este fato causou muito tumulto no funeral do líder comunitário. Os moradores dos bairros mais próximos organizaram uma passeata corno protesto contra o homicídio. Essa passeata realizou-se no dia 18 de março de 1981  quando completava um mês da morte do líder João Eduardo. A passeata iniciou na Assembléia Legislativa e dirigiu-se até a entrada do bairro Bahia Nova, onde os manifestantes pregaram uma placa dando o nome do João Eduardo ao bairro que ele ajudara a fundar. 

João Eduardo juntamente com o Padre Pacífico, Francisca Marinheiro, Nilson Mourào, Dom Moacyr, Padre Asfury, dentre outros, foram pessoas que sempre clamaram em defesa do direito à moradia e melhores condições de vida da população mais carente.

 No contexto da Administração do Prefeito Flaviano Melo, no início da década de 1980 fazia-se necessário organizar as Associações de Bairros para que pudessem participar dos programas que a Prefeitura desenvolvia. Então foi fundada a Associação de Moradores do Bairro João Eduardo e registrada no Registro Civil de Pessoas Jurídicas em 08 de julho de 1983 e a Associação de Moradores do Bairro João Eduardo II foi fundada em 22 de julho de 1984 e registrada em 17 de setembro de 1984 que também se registrou com o objetivo de participar do programa de entrega de tíquetes de leite. 

A Associação de Moradores do bairro João Eduardo I concebe o nome do bairro como algo justo e honroso por se tratar de uma homenagem a um simples, mas importante cidadão no processo de criação do bairro. Já a Associação de Moradores do bairro João Eduardo II, apesar do respeito e admiração por João Eduardo do Nascimento, já realizou várias assembléias com o objetivo de mudar o nome do bairro, que foi passado para Senador Adalberto Sena, em 28 de abril de 1985, alguns dias depois, tornou a se chamarJoão Eduardo II. 

É importante acrescentar que, atualmente, existe uma área de terra limítrofe ao bairro Floresta Sul, que está sendo ocupada por moradores oriundos do João Eduardo II e Bahia, a essa localidade atualmente estão chamando de João Eduardo III, embora não haja reconhecimento da prefeitura para tal ato. 

                                                                        PALHEIRAL                                                                    




O bairro Palheiral está localizado na parte sul-sudoeste do Primeiro Distrito de Rio Branco. Sua limitação se dá a leste com o bairro Aeroporto Velho; a oeste com o bairro João Eduardo 1; ao norte com o bairro Volta Seca c conjunto Castelo Branco; ao sul com os bairros Pista c Bahia Velha. Segundo a Prefeitura de Rio Branco o bairro Palheiral tem uma extensão de 147.795m2, sendo o menor dos bairros que compõem o setor.

O bairro Palheiral conta com infra-estrutura básica apenas nas ruas principais, a qual só foi adquirida em meados da década de 1980. Nesse bairro podem ser vistos alguns comércios de pequeno porte que atendem às necessidades das populações, além de uma boa distribuição elétrica. O transporte coletivo trafega na Rua Rio Grande do Sul c na Rua Campo Grande, mesmo com os buracos que atrapalham a circulação do trânsito.

 A Escola Municipal Ra imunda Balb i no dos Santos oferece o ensino fundamental para as crianças do bairro e adjacências. Após a conclusão do ensino fundamental, entretanto, o estudante precisa se deslocar para outros bairros para cursar o ensino médio. A localidade dispõe, ainda, do Posto de Saúde Augusto Hidalgo de Lima, que serve à comunidade atendendo as pessoas que estão doentes.

Como espaço para diversão e lazer, os moradores dispõem da chamada "Praça da Sensur", situada em frente ao Mercado Municipal Luiz Galvez. Percebemos, também, a existência de unia congregação católica e algumas congregações evangélicas. Apesar da infra-estrutura alcançada atualmente no local, percebemos que ainda é preciso que sejam feitos alguns investimentos para melhorar as condições básicas de saneamento e convivência em sociedade, como, por exemplo, melhorar a segurança, saúde, educação, moradia, dentre outros.


Fazendo esse apanhado inicial de informações, é possível ter uma idéia aproximada de como está o bairro atualmente e seguir em frente. Podemos, então, dizer que parte do bairro Palheiral foi ocupada segundo deliberação dos próprios moradores, oriundos, em sua maioria, dos bairros Bahia Velha, Cadeia Velha e região do Bola Preta.

Eram pessoas que precisavam mudar de local, para não pagar aluguel, para terem sua própria casa. Algumas dessas pessoas moravam em áreas encharcadas da Bahia Velha, estando dispostos a dividir as terras que estavam sendo ocupadas com quem precisasse. Essa motivação c organização entre os moradores contribuíram para que houvesse uma ocupação mais rápida. Muitos moradores vieram expulsos da área onde atualmente está situado o Parque da Maternidade, próximo ao Terminal Urbano. Eles se deslocaram para a parte de cima da ladeira do Bola Preta, mas o governo os expulsou de lá para fazer o Conjunto Castelo Branco c, então, desceram a ladeira se instalando na localidade em que vivem c residem até os dias atuais.

 A população que se instalou no bairro é predominante vinda de Tarauacá, Feijó, Sena Madureira e Rio Branco. Os primeiros moradores do local referem-se ao lugar de origem com amor, mas não pretendem voltar para lá, porque há uma dupla identificação com o lugar de origem e com o lugar que escolheram para permanecer. Existe uma relação mais estreita entre os moradores antigos do que com os novos moradores.

A ocupação de terras começou primeiro na ladeira do Bola Preta e depois passou-se para a área mais baixa, enquanto a parte alta da ladeira estava sendo ocupada, quase não havia casas na parte baixa. No auge da formação do bairro, em meados da década de 1970, os moradores foram chegando de vários bairros de Rio Branco e de alguns municípios do Estado do Acre, tendo habitado as terras da parte alta da Rua Rio Grande do Sul. Com a construção do Conjunto Castelo Branco, esses moradores que já haviam sido expulsos de outras localidades, corno as proximidades do atual Parque da Maternidade ou do bairro Cadeia Velha, para que fosse erguido o Conjunto Habitasa, dirigiram-se para a parte alta do Bola Preta, onde ergueram suas residências. No entanto, também foram expulsos de lá e desceram a ladeira, indo para um lugar onde havia muitas palheiras e lá construíram residências, tapiris, barracos e outros tipos de habitações rústicas.

A ladeira do Bola Preta localiza-se na Rua Rio Grande do Sul c tem esse nome devido a uma boate, que ficava próxima à atual Vila Militar. Esse local era freqüentado por várias pessoas que queriam se "divertir". Em virtude de existir em frente à casa noturna uma bola preta, daí a denominação do local.

O bairro Palheiral tem esse nome por causa das palheiras que havia na localidade. Também se encontrava muita mata na parte sul, inclusive goiabais próximo à atual Rua Campo Grande. Não havia ruas no local, apenas varadouros. Os moradores passavam por um caminho também utilizado por gado, outros caminhos passavam por dentro do mato. Parte do local era uma antiga colônia, outra parte era pertencente ao antigo Aeroporto Santos Dumont.


                                                            BAIRRO DA PISTA





O Bairro da Pista, objeto deste ensaio, está localizado entre os bairros Palheiral, João Eduardo II, Bahia Velha, Glória e Aeroporto Velho, tendo urna extensão de aproximadamente 32.060 n12. Seu nome tem origem por ser paralelo à antiga pista do primeiro campo de pouso pertencente ao Aeroporto Francisco Salgado Filho, que em 1939 fora inaugurado para pouso e decolagem de aviões de pequeno porte. 


Quanto à trajetória da pista de pouso, os aviões percorriam o local onde atualmente está situada a 6a USP, indo até as proximidades do Rio Acre, num traçado paralelo à Estrada da Sobral. Os aviões pousavam e se dirigiam ao terminal de embarque e desembarque que ficava próximo ao rio para descida de seus passageiros, que na década de 1940 utilizava embarcações de acesso até o antigo Aeroporto Salgado Filho. Essa passagem presente nas lembranças dos antigos moradores do Bairro descreve a instituição de cultura do Município, Centro Cultural Lídia I !animes, como o referencial do Bairro, mesmo este sendo localizado no Bairro Aeroporto Velho. 



É também através das lembranças dos moradores que podemos saber mais sobre a estrutura c funcionamento do Aeroporto Salgado Filho. O Aeroporto funcionou de 1939 até 1974, quando então foi desativado em razão da inauguração do Aeroporto Presidente Mediei, o novo Aeroporto da cidade. Em 1939, quando de sua efetiva instalação, toda unia infra-estrutura que envolvia unia torre de identificação e casas para depósitos foi construída para garantir o seu pleno funcionamento. 


Após sua desativação, há 32 anos, muitos dos elementos da época foram perdidos, como é o caso da Torre de Identificação da antiga Rádio Farol, que foi ao chão exatamente no mês de agosto de 2006 por estar em unia área ocupada e tornada particular, dela restando somente a lembrança na memória dos moradores mais antigos. Mas, nem tudo fora perdido no decorrer do tempo, há coisas que conseguem surpreender pela profunda resistência. É o caso que envolve uma pequena casa em madeira c um prédio antigo em alvenaria, que também faziam parte da estrutura montada para o funcionamento do Aeroporto e que subsistiram à ação do tempo representando hoje fragmentos históricos da época. 


Com a instalação do novo Aeroporto, a área da antiga Pista foi, aos poucos, se transformando em lugar de construção de moradias, iniciando assim seu processo de ocupação e formação, que se intensificou no inicio da década de 1980, quando cerca de 75% das famílias residentes fixaram moradia no bairro. E interessante lembrar que na área onde se situa a Estrada da Sobral, de uni lado fica o bairro Aeroporto Velho e, do outro, entre as ruas São Salvador e até a chamada "curva da Sobral",  fica o bairro da Pista, que se estende até a Rua Mem de Sá, no bairro da Glória. A maioria dos moradores do bairro nasceu em outros municípios do Estado, principalmente Tarauacá e Sena Madureira, e com a crise da economia da borracha vieram morar em vários bairros de Rio Branco, se mudando para o local quando de sua ocupação. 







8 comentários:

  1. Bom dia, a História de um povo se eterniza com se registo, conhecendo suas origens e formação!! Parabéns!!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Bom dia, a História de um povo se eterniza com se registo, conhecendo suas origens e formação!! Parabéns!!

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  4. Esqueceram apenas de citar a fonte de informações, ou seja, o Blog Fala Baixada, que hoje é o Blog do Gilmar Torres. http://gilmartorres-acre.blogspot.com.br/

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